Antes de nos aprofundarmos no assunto, vale ressaltar algumas questões, como:
- As previsões mais conservadoras indicam que em menos de três décadas a região amazônica tornar-se-á o principal centro mundial de produção de madeira tropical (Veríssimo, 1998).
- As populações tradicionais da floresta (colonos, ribeirinhos, seringueiros e indígenas) estão convencidas de que sua sobrevivência depende da conservação das florestas.
- É urgente a necessidade de implementação de uma linha de crédito específica para o manejo florestal comunitário (os financiamentos atuais são de curto e médio prazos incompatíveis com o longo horizonte dos projetos).
- A burocracia dos orgãos estatais competentes, impedem a agilidade da aprovação dos planos de manejo.
Agora, vamos falar se é possivel extrair madeira sem destruir a floresta. Posso afirmar que sim. É possivel sim, através de um Plano de Manejo Florestal.
Um plano de Manejo Florestal é um conjunto de procedimentos técnicos, administração e gerência para produzir madeira e produtos não-madeireiros com o mínimo de danos à floresta. Esses procedimentos incluem práticas como planejamento de estradas e ramais de arraste e técnicas de corte de árvores, no caso da exploração madeireira.
No Manejo Florestal, o proprietário da terra ou quando áreas comunitárias, as pessoas da comunidade assumem o compromisso de cuidar da floresta para sempre, a fim de garantir a conservação do meio ambiente, saúde, educação e renda para todos. Dizemos que esses benefícios são ecológicos, sociais, econômicos e legais.
No Manejo Florestal em cada hectare(100x100, ou 1000m2) de área, temos aproximadamente 800 árvores, e somente são retiradas 30 árvores, estas sempre de grande dimensão, proporcionando um crescimento mais saudável para as árvores menores no entorno.
Benefícios de um Plano de Manejo Florestal:
- Ecológicos:
• Conserva a floresta em pé;
• Preserva as funções e a diversidade da floresta(caça, água, plantas medicinais e frutíferas);
• Regula o clima.
- Economicos:
• Garante uma fonte contínua de renda para a comunidade;
• Aumenta o valor dos produtos florestais;
• Promove o uso de todos os recursos da floresta (madeira, caça, plantas medicinais, frutíferas e óleos).
- Sociais:
• Gera empregos;
• Estimula a organização social para a produção (associações, cooperativas);
• Organiza a vida social e a cultura;
• Promove a capacitação e a formação profissional;
• Reduz os acidentes de trabalho;
• Promove o bem-estar (clima, água);
• Garante saúde para as pessoas por meio do uso de plantas medicinais e frutíferas.
- Culturais:
• Fortalece a relação tradicional das pessoas com a floresta (rituais, lendas, danças, folclore, extrativismo);
• Valoriza os conhecimentos tradicionais.
Degradação
Por outro lado, a exploração madeireira que não segue as técnicas de manejo danifica cerca de dez árvores quando corta apenas uma. Isso gera, a longo prazo, o esgotamento total da floresta. Sem a floresta, a comunidade fica sem renda, pois não há madeira, frutas, óleos, cipós, caça, sementes ou plantas medicinais para serem comercializados ou mesmo utilizados pelas famílias. A floresta não é mantida e as pessoas empobrecem.
(Fonte: Imazon (Guia para manejo florestal Comunitário)).
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